Sexta-feira, 15 de Fevereiro de 2008

Adaptar a vida não é abdicar dela!

A melhor forma de lidar com esta situação, além das adaptações necessárias, é incentivar o paciente a manter objectivos, dentro da nova realidade. Afinal, se uma criança ou adolescente conseguia fazer determinadas coisas a 100%, tem de adaptar-se para as fazer a 60 ou 70%, não pode é cair na tentação de achar que não consegue fazer nada. Adaptar a vida, não abdicar dela.

Nessa lógica, é importante que a envolvência em que as crianças estão inseridas esteja preparada para lidar com uma situação altamente estigmatizada.
O transtorno, além da questão afectiva, supera largamente o campo da saúde. Segundo o decreto-lei 347/98, «os trabalhadores têm direito a faltar ao trabalho, até 30 dias por ano, para prestar assistência inadiável e imprescindível em caso de doença ou acidente, a filhos, adoptados ou a enteados menores de 10 anos. Em caso de hospitalização, o direito a faltar estende-se ao período em que aquela durar, se se tratar de menores de 10 anos, mas não pode ser exercido simultaneamente pelo pai e mãe ou equiparados». A lei existe, mas atendendo a que, na melhor das hipóteses, uma situação cancerígena vai estender-se por cerca de dois anos, a estrutura económica da família ficara profundamente abalada, sendo a génese de mais problemas, além dos que já têm de enfrentar.

Os amigos, a escola, todo o mundo da criança podem acarretar questões complexas de serem enfrentadas, pois as pessoas lidam muito mal com a diferença. É fundamental o trabalho de integração escolar, pois, os próprios professores muitas vezes não sabem muito bem como lidar com estas situações. Existem muitos estereótipos em relação a esta doença, apesar das evoluções médicas dos últimos 30 anos, as pessoas ainda associam automaticamente cancro a morte.

Para destigmatizar a doença, os médicos do IPO, quando comunicam que uma criança tem um cancro, não utilizam essa terminologia, adoptando os nomes de linfoma, tumor ou leucemia, entre outros possíveis.

Apesar de todas as condicionantes de uma luta no que diz respeito a um cancro, quer sejam elas de índole fisiológica, ou da envolvência familiar ou social, há muitos casos de sucesso.

 

publicado por Leandro às 18:12

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2 comentários:
De Luciana Amoreira a 21 de Fevereiro de 2008 às 14:53
O pessoal de enfermagem da pediatria do IPO é fantástico. Conheci nesta unidade profissionais desta área que jamais esquecerei. Por esta razão gostaria muito que também eles dessem o seu testemunho neste site. Considero, que têm de certeza, mensagens muito importantes a transmitir. O meu muito obrigado a todos eles.
De Flausina Coelho a 21 de Fevereiro de 2008 às 16:01
Ao meu filho João foi diagnosticada uma leucemia linfoblástica aguda de alto risco quando tinha quase 3 anos!

Hoje, com 11 anos, está considerado curado. É uma criança saudável e feliz. Para além das consultas anuais no IPO de Lisboa, faz uma vida normal.

A todos os que têm de ultrapassar o sofrimento de ter um filho com estas doenças, deixo uma mensagem de esperança: DIFÍCIL MAS NÃO IMPOSSÍVEL, NUNCA DEIXEM DE ACREDITAR.

Como ficam sempre esquecidos apesar do GRANDE trabalho que fazem, deixo aqui uma palavra de apreço a todos os que trabalham na pediatria - médicos, enfermeiras, auxiliares e voluntários. No que nos diz respeito, OBRIGADO pelo apoio que sempre nos deram.

Parabéns pelo blog!

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